PACIENTES ENTRAM NA JUSTIÇA PARA CONSEGUIR REMÉDIOS DE ALTO CUSTO
Os pacientes que precisam de
medicamentos de alto custo e que não estão na lista dos fornecidos pela
Secretaria Municipal de Saúde estão tendo que entrar na Justiça, em Itumbiara,
no sul de Goiás. Em alguns casos, as pessoas esperam por até quatro meses para
conseguir o remédio que não têm condições de comprar.
O Tribunal de Justiça já está com
mais de 2 mil mandados judiciais em andamento com pedidos de exames, cirurgias,
medicamentos e até leite especial. Cerca de 150 pessoas já conseguiram mandados
de segurança para ter acesso aos tratamentos.
O aposentado Aníbal Ferreira do
Santos é um dos que precisa recorrer ao poder judiciário para conseguir o
tratamento. Ele sofre de diabetes, glaucoma, tem problemas cardíacos, nos rins,
anemia e alergia. Seus remédios custam de mais de R$ 900 por mês, mas ele
recebe apenas um salário mínimo.
De acordo com a filha do
aposentado, Lucília Leite, os remédios que ele toma não estão na lista de
medicamentos oferecidos pela Secretaria Municipal de Saúde de Itumbiara e nem
na Central do Estado, em Goiânia. Para evitar que o pai fique sem o tratamento,
ela recorreu à Justiça.
Lucília conta ainda que nesse
processo de espera acabe tendo que usar o dinheiro das despesas de casa para
comprar os remédios essenciais. "Esse mês eu tive que comprar os mais
urgentes. Se ele ficar sem o medicamento de glaucoma, por exemplo, ele perde o
restinho da visão", explica.
Ela disse que espera ver o seu
pai conseguir a medicação sem tanta demora no futuro. "Seria melhor se
quando saísse [mandado de segurança] por pelo menos um ano. Aí já facilitaria
muito", desabafa.
A Superintendente de Saúde de
Itumbiara, Julice Freitas Barbosa, explica que a Prefeitura já gasta cerca de
R$ 300 mil por mês com as medicações de alto custo. "Vale lembrar que a
Secretaria Municipal de Saúde só pode trabalhar com o que é preconizado pelo
Ministério da Saúde", ressalta.
Segundo o promotor de Justiça
Kleiton Korb, em alguns casos, cabe à Justiça pressionar a prefeitura para
garantir o acesso aos remédios. "Não havendo cumprimento é emitido um
mandado de segurança que obriga o município a comprar esse medicamento. Caso
isso não seja feito, o dinheiro é retido e um servidor do judiciário faz a
compra e a entrega", explica.
A assessoria do Tribunal de
Justiça de Goiás informou que desde o dia 22 de junho a comarca de Itumbiara
está com um juiz titular e, com isso, o julgamento dos processos serão mais rápido.
O promotor de Justiça Kleiton Korb, espera que o tempo para julgar os mandados
de segurança diminua de quatro meses para 45 dias.
Fonte: G1 Goiás
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